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Sobre os desejos


O texto abaixo foi retirado do Livro: Seja Fiel aos seus Sonhos do célebre Ansel Grün. Acredito que possa ajudar quem está tentando se descobrir, tentando se acreditar e se amar...


Cigano na poltrona...


Anthony de Mello gosta de contar histórias que esclarecem muita coisa de nossa própria vida de cada dia. Nós estamos presos na jaula de nossos costumes, diz ele, como um urso que anda de cá para lá em sua jaula de apenas seis metros de comprimento. Quando, muitos anos depois, foram retiradas as grades de sua jaula, o urso continuou a andar de cá para lá, naquele espaço de seis metros, como se a jaula ainda estivesse aí. Para ele a jaula ainda estava alí. Seu desejo havia morrido depois desse longo período de cativeiro.

Em outras curta narrativa, de Mello descreve a idéia do desejo. Ele mostra como às vezes pode ser pequeno o desejo do infinito:


Após trinta anos de ver juntos programas de televisão, o marido disse aà mulher: " Vamos esta noite fazer alguma coisa bem emocionante".

Os olhos dela brilharam, pensando numa noite fascinante na cidade.

"Fantastico", disse ela, " e o que faremos?"

"Vamos trocar este sofá."


Para o homem, todo desejo de algo emocionante consistia em trocar de sofá. Certamente não conhecia outros desejo, nem outra aspiração maior. Os trinta anos de ver televisão havia satisfeito tanto os desejops dele que nos parecem piada.

Mas não é assim mesmo? A que ponto minimo reduziu-se o desejo de muitas pessoas!

A graça surge da tensão entre o idealizado e a realidade. Faíscas voam quando o mundo que se imagina poder existir se choca contra aquele que de fato existe.

Anthony de Mello conta outra história, também tirada da vida diária e que ele intitulou "O cigano":


Numa pequena cidade do interior vivia um velho há cinquenta anos na mesma casa. Um dia, para surpresa de todos, mudou-se para a casa ao lado. O reporter do jornal da cidade foi à casa dele e quis saber a razão dessa mudança tão inesperada. O velho respondeu com muito bom humor: " Acho que é o cigano que está em mim".


Não é preciso tecer maiores comentários. Isto "está". Anthoni de Mello descreveu muito nessa história o nosso desejo, que se tornou pequeno e mirrado pela nossa auto-satisfação.

Nós nos fazemos menores do que somos.

Muito menores.



Valeu, Fike bein!

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